segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A tristeza é um vício

A filosofia moderna, especialmente a kantiana, considera que o mundo é uma representação mental subjetiva de uma realidade exterior. A partir dessa premissa é compreensível o enunciado de Gustave Flaubert: cuidado com a tristeza. Ela é um vício.
Relacionar tristeza tristeza e vício significa significa situá-la fora do rol das virtudes. A virtude é uma ação que fortalece a pessoa e, em contrário, o vício a debilita. Ocorre que os vícios não enfraquecem somente quem o pratica, mas também quem o cerca. A tristeza é tão contagiante quanto a alegria.
A natureza da tristeza não é somente da ordem psicológica, mas epistemológica, pois afeta nosso modo de percepção da realidade. O mundo não é uma construção que independe do sujeito, pois ele é construído mentalmente a partir de percepções sensitivas. Assim, se o filtro, as lentes, que usamos para olhar o mundo são matizados pela tristeza, então nossa realidade também será objetivamente triste.
Consequentemente, há razão no enunciado a tristeza é um vício, pois ela deturpa a percepção do mundo para nós e afeta negativamente nosso julgamento.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pensamento moderno

A modernidade foi um projeto nascido da pretensão da razão ocidental em compreender para controlar a natureza, como explicou o filósofo inglês Francis Bacon (1561 - 1626) no Novum Organum. Entre os feitos modernos, temos de incluir o uso das tecnologias industriais para o extermínio de milhões de pessoas durante o holocausto. A esse respeito, o documentário Arquitetura da Destruição é um estudo esclarecedor dos princípios que impulsionaram os nazistas. A modernidade, cronologicamente situada entre os séculos XVI e XVIII, também foi um período de crise, pois durante essa fase o centro político, organizado em torno do papado foi abalado pela Reforma Protestante, além do mais, a política passou, com Nicolau Maquiavel, para o âmbito da cidade dos homens. A luta da modernidade é uma luta perdida?