segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A tristeza é um vício

A filosofia moderna, especialmente a kantiana, considera que o mundo é uma representação mental subjetiva de uma realidade exterior. A partir dessa premissa é compreensível o enunciado de Gustave Flaubert: cuidado com a tristeza. Ela é um vício.
Relacionar tristeza tristeza e vício significa significa situá-la fora do rol das virtudes. A virtude é uma ação que fortalece a pessoa e, em contrário, o vício a debilita. Ocorre que os vícios não enfraquecem somente quem o pratica, mas também quem o cerca. A tristeza é tão contagiante quanto a alegria.
A natureza da tristeza não é somente da ordem psicológica, mas epistemológica, pois afeta nosso modo de percepção da realidade. O mundo não é uma construção que independe do sujeito, pois ele é construído mentalmente a partir de percepções sensitivas. Assim, se o filtro, as lentes, que usamos para olhar o mundo são matizados pela tristeza, então nossa realidade também será objetivamente triste.
Consequentemente, há razão no enunciado a tristeza é um vício, pois ela deturpa a percepção do mundo para nós e afeta negativamente nosso julgamento.

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