terça-feira, 25 de maio de 2010

Romero (1989)

O filme Romero, seria mais uma bela produção cinematográfica, se a história de 60 mil salvadorenhos, vítimas do imperialismo, do progresso e da Soutrina de Segurança Nacional, não fosse real. D. Oscar Romero, o arcebispo de San Salvador, levantou a voz e clamou: Não matarás! Escreveu cartas ao presidente dos Estados Unidos pedindo que interrompesse o envio armas a El Salvador que estavam sendo usadas para matar os mais pobres. Pediu que os militares não cumprissem ordens que violassem os direitos humanos e as leis de Deus. A resposta foi seu assassinato durante a missa em 24 de março de 1980.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Teologia da arte

Ocorreu ontem (19), no auditório do Centro de Convenções José Otávio Guizzo, o lançamento do livro Teologia da Arte, durante a Semana de Atualização Teológica da Fathel, Faculdade Teológica. O livro, surpreendentemente moderno, do prof. Dr. Carlos Eduardo Calvani, especialista em Teologia e MPB, dialoga com o mundo da cultura a partir da perspectiva dos Estudos Culturais, do existencialismo e de uma ótica da imanência com base na teologia de Paul Tillich, porém vai além desse teólogo, com relação à cultura. Minha primeira conclusão sobre a obra pode ser assim resumida: ao olhar para esta especialidade teológica, vi a sociedade em suas contradições e ambiguidades interculturais. Vale a pena!
Referência completa: CALVANI, Carlos Eduardo. Teologia da Arte. São Paulo: Fonte editorial/Paulinas, 2010.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Robespierre visita o Curso de História

Recentemente, Maximilien de Robespierre visitou, indignado, o curso de história da UCDB, para defender-se diante das acusações injustas do filme Danton, uma conspiração desastrosa dos girondinos, em sua opinião. Durante seu discurso, proferido aos alunos, alegou que foi graças aos 14 meses e 17 mil mortos de terrorismo jacobino que a França foi salva. De acordo com empertigado revolucionário as medidas do governo do diretório eram perfeitamente aceitáveis, pois àquele tempo, os franceses não tinham muitas opções diante da invasão do território por príncipes alemães, pela Inglaterra, falência financeira e revolta de 60 dos 80 departamentos contra Paris, além da ameaça de perda do apoio dos sansculottes. Era o terrorismo contra os inimigos da Revolução, ou o fim do país. Terminou seu emocionado discurso alegando inocência diante da acusação pela morte de Danton e que o historiador deve desconfiar, como investigador, sempre das primeiras impressões, especialmente das cinematográficas.

terça-feira, 11 de maio de 2010

As Contradições da Modernidade

A modernidade, como bem sabemos, consiste na crença no traçado racional do mundo e na capacidade da razão para desvendá-lo. Agindo desse modo, segundo crença iluminista, a humanidade, livre dos obscurantismos, viveria uma era de progresso. Ao contrário, vimos a razão instrumentalizada e os sonhos dos iluministas destroçados pela burguesia vitoriosa pós-revolução francesa de acordo com a opinião de Luiz Roberto Salinas Fortes. Haverá uma esperança de racionalidade para o pensamento ocidental?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Martinho Lutero

O filme épico Lutero apresenta uma representação da personagem Martinho Lutero como homem moderno, chocado com a corrupção de seu tempo e angustiado pela própria salvação. Lutero (1483-1546), monge agostiniano, era depositário de um pensamento influenciado por São Paulo, Agostinho e Erasmo de Roterdã. De São Paulo, veio a idéia de que somente a fé em Deus assegurava a graça divina e a salvação do homem. Para ele, Deus é soberano, logo o homem não é livre. Deus concede a graça de crer em Cristo e a quem ele recusa esta graça, cai em danação. Tal destino foi fixado por Deus por toda a eternidade. A venda de indulgência ordenada pelo Papa Leão X, desejando soerguer as finanças pontificais a fim de concluir a construção da basílica de São Pedro provocou a reação de Lutero com suas 95 teses condenando estas práticas em 1517. O terreno fértil de sua pregação foi o Sacro Império Romano-Germânico onde a religiosidade era intensa e fora fortalecida com o Humanismo ali voltado para o estudo de textos sagrados antigos e pela discussão de temas religiosos. Vamos ao debate...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Danton, o processo da revolução

O Filme Danton, de 1983, expressa uma versão oficial, com ênfase na história política, da Revolução Francesa (1789-1799) mediante a representação estereotipada da figura do herói Georges Jacques Danton caracterizado como justo condenado pela tirania do Comitê de Salvação Pública sob a liderança de seu antagonista Maximilien de Robespierre. Fazer novas perguntas a velhos documentos é um dos ofícios do historiador. Espero, neste espaço virtual e democrático, suas perguntas em torno deste documento midiático sobre a Revolução Francesa.