segunda-feira, 5 de abril de 2010

Questões Iluminismo

Por Fabio dos Santos, acadêmico de história UCDB.

Questões referentes ao livro: FORTES, Luiz Roberto Salinas. O iluminismo e os reis filósofos. Editora Brasiliense: São Paulo, 1985. (Coleção tudo é história).

1. Aponte o legado iluminista à modernidade na opinião de Luiz Roberto Salinas Fortes.
R: O legado iluminista foi Os Direitos do Homem e do Cidadão, porém, o fato da existência dos direitos não significava que eles eram cumpridos. Existiu a divisão dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), pautados num racionalismo contrário à igreja católica.

2. Reflita sobre o contexto transicional que deu origem ao iluminismo e a composição entre nobreza e igreja com base nas informações de Luiz Roberto Salinas Fortes (1985, p. 15).
R: O contexto transicional do feudalismo para o capitalismo foi permeado por um impulso de numerosos conflitos, no feudalismo a igreja católica e a nobreza viviam em em uma perfeita simbiose. Com as transformações sócio-econômicas, políticas e culturais do século XV, a figura do senhor feudal foi sendo substituída gradativamente pela figura do burguês e a igreja católica foi perdendo força e influência. O iluminismo apareceu com uma idéia de liberdade para a razão, e severas críticas à tradição religiosa, o que leva a Igreja a passar por crise profunda.

3. Explique como Montesquieu, um nobre, contribui para a consolidação do estado moderno e a sua relação com a burguesia (FORTES, 1985, p. 30 ss).
R: Montesquieu defende que as leis não são fruto do arbítrio do legislador, elas refletem a complexa realidade de um povo e as suas reais necessidades, considerando a totalidade da vida desse povo. Para burguesia, a maior necessidade da época era a segurança de seus negócios, tanto jurídica, como institucional.

4. Defina lei, com base em Montesquieu e esclareça como este conceito expressa uma necessidade da burguesia em relação ao estado moderno.
R: Segundo Montesquieu “As leis são as relações necessárias que derivam da natureza das coisas.” Tudo o que existe é regido pelas leis naturais, por tanto, o homem não pode ser diferente. Os homens instituem deliberadamente regras para poderem viver em sociedade, “as leis positivas”, são ou pelo menos devem ser, expressão das relações necessárias para serem percebidas na vida dos povos, condição para viverem em sociedade. Montesquieu não entra no mérito se as leis são ou não justas, elas são adequadas ou não a um determinado povo, devendo ser “neutras” e regidas pelo governo apropriado, na sua preferência (mentalidade burguesa) a aristocracia moderada (monarquia constitucional), onde o monarca obedeça a leis fixas (a segurança jurídica da burguesia deve ser preservada).

5. Voltaire, pensador iluminista, expressa uma mentalidade de um tempo. Quais seus ideais?
R: Sua paixão está voltada para o livre exercício da razão. Voltaire defendia a idéia de oposição à igreja católica, a tradição religiosa e a autoridade política que serão os dois alvos fundamentais dos seus ataques. Contesta, evidentemente, a autoridade absoluta dos papas e prega a tolerância religiosa e o pragmatismo. Condena assim o fanatismo e o preconceito religioso. Também se botava a favor da proteção à liberdade e à propriedade privada, defensor do despotismo esclarecido, valorizava o padrão erudito, acreditava no desenvolvimento da raça humana até chegar ao nível de “civilização” com a superação das superstições e o triunfo das luzes da razão. Defende o imaginário burguês: sua política lutava por reformas administrativas e civis.

6. Qual a relação da enciclopédia com o iluminismo? (FORTES, 1985, p. 46 ss).
R: O grande projeto do iluminismo é a enciclopédia, que pode ser considerado projeto burguês iluminista, que objetivava reunir para conservar o controle da burguesia, um projeto comercial, os burgueses queriam ordenar o conhecimento, queriam estabelecer quem poderia saber, controlar o saber.


7. Luiz Roberto Salinas Fortes (1985, p. 63) acrescenta no rol dos iluministas o economista escocês Adam Smith. Esse autor é iluminista?
R: O legado de Adam Smith é a criação de uma nova ciência, e tudo que é novo está sujeito a críticas, Kal Marx critica a economia política de Adam Smith o que resulta numa grande revolução teórica, Smith que defende a idéia de que o estado deve estar a serviço da economia política. O papel do governo dentro da teoria de Adam Smith se resumiria em 4 objetivos: o primeiro promover a justiça e o direito a propriedade; O segundo promover os serviços de utilidade pública como limpeza, segurança pública e barateza das provisões, tendo para este último maior relevância. O terceiro objetivo de manter a fartura e abundancia de mercadorias no país garantiria a barateza das mercadorias de todos os gêneros, dado que Smith considera que o preço destas mercadorias são determinados pela sua abundância que é sinônimo de barateza. O governo deveria garantir a abundância para assegurar a barateza das mercadorias. Com relação a questão da produtividade do trabalho, ao contrário dos fisiocratas que atribuíam a terra, Smith ofereceu explicação da produtividade crescente da sociedade estaria ligada a divisão do trabalho.

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