A nação guarani se fez
transitando por muitos caminhos e o Rio Paraguai foi uma das vias de sua
expansão. Assim chegaram aos locais onde seu modo-de-ser, teko, encontraria
possibilidades de desenvolvimento, crescimento e vida. Esta dispersão durou
séculos e resultou muitas vezes de fugas e expulsões. http://labhei.ning.com/forum/topics/caminho
Ao longo dos anos surgiram
diversas formas de vida guarani sem perder a nidade essencial em torno do teko,
seu ser, seu estado de vida, sua condição, seu estar, sua lei, seus hábitos. Um
dos principais especialistas neste modo de vida no tempo colonial foi o padre
Antonio Ruiz de Montoya. Em sua caminhada, os Guarani guaranizaram as terras
onde pisaram, a fizeram humana e familiar. Sua vivência materializa a terra sem
mal, terra que se desdobra na terra, no dia-a-dia. Seu modo de vida é moderado e
sem depredação.
No entanto, seus territórios
foram alvo da cobiça individual e empresarial por ser serem terras férteis. Os usurpadores
depredam e vivem como se não houvesse amanhã. Tratam de obter o maior lucro no
menor tempo possível sem se preocupar com as consequências ambientais da
derrubada das matas e empobrecimento do solo.
A cultura guarani e as
culturas indígenas têm muitos ensinamentos valiosos para as sociedades
não-indígenas, mas ainda assim vivem um mundo de violência e abandono em seus
direitos humanos essenciais. Trilham ainda seu caminho, buscando justiça, sem
saber até quando.
Fontes: MELIÁ, Bartomeu. Caminho Guarani. 2016.
Prefácio. Adaptação.
Iconografia: Família guarani capturada
por caçadores de índios, Jean Baptiste Debret, 1830.